terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Procela.

Era calor,
E mesmo assim
Meu corpo se tornava frígido.
Correntezas de temor
Me invadiam a alma,
Percorriam minhas veias
Uma, a uma...
Como uma corrida, contra o tempo
Toda a vez, acontecia
E eu tremia...
Meu coração tão pequeno,
Deparando-se aos meus medos.
Meros fantasmas,
Vão se extinguindo,
Pouco, a pouco
Vão sumindo...
Permito-me despertar,
E liberar, tudo que sobrou.
Em instantes
Minhas retinas
Voltando, a serem nítidas.
Sinto-me límpida
Novamente...
~




Doce Retrato.

Mais eu queria sentir coisas simples
E apreciá-las, da forma mais doce
Como aquele antigo quadro de família,
Sem graça, exposto na sala.
Parecido com aquela folha seca
caída no jardim.
E poucos, podem notar
O cenário constituinte,
Aquela beleza, tão agradável...
Feito aquela brisa úmida,
Que acabara de passar...
E isso me faz relembrar
Gestos tão memoráveis,
Como se fossem ontem...
Lembro a primeira vez
Que vi o seu olhar
Tão meigo, tão perto, tão extenso.
Lembro que corríamos na chuva
E gotas escorriam pelo seu cabelo
Contornavam o seu rosto
E uma risada preenchia meus ouvidos.
Lembro de aventuras insanas
-
E de meus dedos se enrolando em seus cabelos...
Lembro de você, se enchendo de defeitos.
E de mim
Buscando entender os meus.
E foram tantos risos
E abraços
E passos de encontro aos seus.
E aconteceram, tantas lutas
E buscas
Em prol dos sentimentos meus, e teus...
Tudo ocorreu
Como deveria ser...
O tempo passou
Assim vamos viver.
A cada quadro,
Meu grande alento
Singelo, contentamento.
Que este mesmo tempo
Nos possibilite
Construirmos novas molduras,
Nosso auto-retrato,
Da forma, mais bela!!.