segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Alma Exposta.

Queria poder olhar
em seus olhos,
te contar tudo o que
vivi.
Enfrentar o mundo 
solitariamente...
submergido dentre 
esse meu poço de anseios sem fim,
e mesmo assim
olhar a diante
de pé...

Ainda soltar um leve riso
breve visgo
que te acolhe,
nessa minha vontade, de morrer...

Olhar em seus olhos
saborear a nova descoberta
de sentir seu verdadeiro ser.
Sinta o toque dessas mãos frias,
um pouco sem vida,
em sua alma incandescente, agora.

Ah, como eu queria
que esse calor abrasador
abrandasse pouco a pouco
esse meu coração, meio morto.

Eu queria te levar comigo
mas tenho pouco abrigo.
E tudo o que tenho
é tudo o que sinto.

Se torne agora, aquilo que no fundo
eu nunca desejei. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cotidiano.

  Abro os olhos e sinto um fecho de luz que vem invadindo o meu quarto, pouco a pouco... e assim mais um dia amanhece. Traz consigo mais algumas lembranças e coisas, que me entristecem... Eu devia ficar mais um pouco, até essa dor passar... Vou levantar. E proceder com meus horários maquinários. Pego um café, com gosto meio amargo. É o mesmo amargo que sentia a um tempo atrás. Naquele tempo, eu me sentia tão vivaz. E hoje, busco apenas esquecer, o que esta inquietude me traz. Pego um pouco de açúcar, uma caneta e um papel... Eu não sei bem, o que irei fazer agora.  Nos tempos de outrora, aquela jovialidade presente, tão reluzente... me trazia o conforto, que hoje tento encontrar sob meu travesseiro... 
  Me trazia o sabor doce, que hoje tento sentir nesse pouco de açúcar.
Eu sei, que tenho apenas um coração vazio, com medo de se enganar e então tudo parece tão perdido. Olho pelo porta... Mas há um mundo que me espera lá fora. E agora, deixo apenas que esse livre desejo comece a me levar. 
Sinta o aroma sutil das flores que estão a brotar, p
elo caminho...


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Despertar...

Caminhar
através de teus passos
Enchergar 
pelo teu olhar
Sem pudor
sentir o sabor, que de leve
levas minha alma
e entristece...
Deturpar o saber
do meu ser...
desfigura a figura
É chegada a hora:
O despertar... é agora?
Peço um minuto
pergunto...
Ainda é possível 
Voar?
O silêncio
com leve gracejo
reponde:
Ainda é preciso
Sonhar!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dias Turvos.

E derrepente eu tinha feito tudo
o que podia fazer... 
Coisas se quebraram, 
pessoas sumiram.. 
O céu partido ao meio 
assim, como o meu coração. 
Doce ilusão. 
Assim, passaram-se os dias... 
Me sentindo naquela prisão. 
Calor intenso. 
Correntes arrastavam-se ao chão. 
Da vasta multidão 
o som ecoa, 
lá de fora... 
Eu não quis escutar, 
preferia acreditar 
naquele mundo de mentiras e traição. 
E os dias passaram... 
Válvulas de escape em desordem 
fazia sentido?... 
Apenas uma montanha de coisas perdidas 
e inacabadas... 
Entre suas paredes rochosas, 
encontro uma fenda 
pequena 
Liberto-me. 
O céu está voltando a ser azul. 
Pessoas ainda sorriem ao me ver... 
E a vida vai voltando a acontecer.





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Procela.

Era calor,
E mesmo assim
Meu corpo se tornava frígido.
Correntezas de temor
Me invadiam a alma,
Percorriam minhas veias
Uma, a uma...
Como uma corrida, contra o tempo
Toda a vez, acontecia
E eu tremia...
Meu coração tão pequeno,
Deparando-se aos meus medos.
Meros fantasmas,
Vão se extinguindo,
Pouco, a pouco
Vão sumindo...
Permito-me despertar,
E liberar, tudo que sobrou.
Em instantes
Minhas retinas
Voltando, a serem nítidas.
Sinto-me límpida
Novamente...
~




Doce Retrato.

Mais eu queria sentir coisas simples
E apreciá-las, da forma mais doce
Como aquele antigo quadro de família,
Sem graça, exposto na sala.
Parecido com aquela folha seca
caída no jardim.
E poucos, podem notar
O cenário constituinte,
Aquela beleza, tão agradável...
Feito aquela brisa úmida,
Que acabara de passar...
E isso me faz relembrar
Gestos tão memoráveis,
Como se fossem ontem...
Lembro a primeira vez
Que vi o seu olhar
Tão meigo, tão perto, tão extenso.
Lembro que corríamos na chuva
E gotas escorriam pelo seu cabelo
Contornavam o seu rosto
E uma risada preenchia meus ouvidos.
Lembro de aventuras insanas
-
E de meus dedos se enrolando em seus cabelos...
Lembro de você, se enchendo de defeitos.
E de mim
Buscando entender os meus.
E foram tantos risos
E abraços
E passos de encontro aos seus.
E aconteceram, tantas lutas
E buscas
Em prol dos sentimentos meus, e teus...
Tudo ocorreu
Como deveria ser...
O tempo passou
Assim vamos viver.
A cada quadro,
Meu grande alento
Singelo, contentamento.
Que este mesmo tempo
Nos possibilite
Construirmos novas molduras,
Nosso auto-retrato,
Da forma, mais bela!!.